ROTAÇÃO POR ESTAÇÕES NA EDUCAÇÃO CORPORATIVA

Compartilhar

Olá, pessoal…. Espero que todos estejam bem por aí.

Estou de volta para dar sequência ao nosso estudo sobre as Metodologias Ativas.

As metodologias ativas podem trazer diferenciais para o processo de ensino-aprendizagem.

Hoje é a vez da Rotação por Estações.

Quando pensamos na Rotação por Estações logo vem a disposição de uma sala em círculo com 5 ou 6 estações de trabalho diferentes, com materiais disponíveis para a execução do desafio. Essa seria a visão clássica. Contudo, essa metodologia pode ser utilizada não apenas num processo que é presencial, mas também no remoto ou no híbrido. O que importa é que eu tenha estações diferentes compostas por atividades ou desafios diferentes para serem realizados.

Agora eu deixo uma reflexão: por que essa metodologia se adequa tão bem ao contexto da educação corporativa?

A resposta é simples! Quando se tem equipes de produção em que as pessoas precisam passar por diversas funções, proporcionar a experiência de execução de tarefas diferentes pode trazer a garantia de que o setor manterá sua produtividade mesmo se alguém estiver ausente.

Teremos esse cenário em setores que trabalhem com processos ou que desenvolvem atividades que se complementam de forma sequencial, como uma esteira. Precisamos de um plano de contingência, bem como ter profissionais que possam atuar em diferentes etapas do processo.

Na prática é: todo mundo sabe fazer um pouco de tudo.

Hoje em dia, as equipes são híbridas e trabalham parte no presencial e parte em home office. Muito dessa reconfiguração se deve a pandemia. Nesse cenário, é fundamental realizar treinamentos nos quais todos entendam um pouquinho das funções e das atividades da área a que pertencem.

De forma geral, esse convite a experimentar funções e atividades diferentes dentro da rotina de trabalho é investir em desenvolvimento de competência, no desenvolvimento da equipe, gerar empatia sobre o trabalho alheio e, acima de tudo, tirar as pessoas da zona de conforto.

A Rotação por Estações pode ser individual ou em pequenas equipes.

Dentro de uma empresa, muitas vezes, é impossível parar a rotina de produção para realizar treinamentos de médio prazo. Por isso, a metodologia se adequa ao contexto na medida em que pode ser realizada por um, dois, três e assim sucessivamente.

Se você quiser fazer algo ainda mais diferente, você pode estruturar uma trilha de aprendizagem em que cada estação constitui uma etapa desta trilha. Ainda mais: você vai enriquecendo o processo usando objetos digitais de aprendizagem, conteúdos multimídias entre outros.

Lembrando que além da trilha sequencial é possível pensar numa trilha modular. Ao invés de etapas de uma sequência, ações completas e pontuais. As possibilidades são inúmeras e por isso a análise inicial é imprescindível para que as escolhas sejam aderentes aos resultados esperados.

Dentro da educação corporativa, é importante humanizar as relações e incentivar que os profissionais se coloquem no lugar dos outros. Por isso, a rotação por estações na educação corporativa pode ser ideal, em especial porque constantemente lidaremos com projetos. Pequenos desafios em cada estação fazem parte de um todo que se conecta no final.

Agora, preste atenção: a ideia de estação pode remeter a uma sequência única das atividades, mas eu te asseguro que é mais interessante quando as estações podem ser vivenciadas de forma orgânica. Desta maneira, as pessoas vão escolhendo o fluxo e assim existem vários começos possíveis, os caminhos a serem percorridos são diversificados, pois se conectam às escolhas e necessidades de cada um.

Não entregue processos prontos. Incentive a descoberta por formas alternativas de fazer atividades, algo que otimize o tempo. Muitas vezes, essas descobertas podem vir de pessoas que não atuam diretamente com determinadas atividades. Elas podem ter ideias muito mais interessantes do que aqueles que estão mergulhados até o pescoço em atividades que muitas vezes vão se repetitivas.

A educação corporativa de hoje precisa preparar seus colaboradores para desenvolverem um mindset flexível.

As opções para trabalhar na elaboração das estações para a implementação da sua Rotação por Estações são variadas. Você pode explorar: conceitos, práticas, estratégias, problemas recorrentes…. O ideal é que você trabalhe aspectos complementares com recursos diferentes.

É importante treinar a compreensão em dois níveis: aquela que é explicita, dos elementos que são vistos a olho nu e aquela mais implícita, dos elementos que estão nas entrelinhas.

E o Feedback? Como fornecer um feedback sem que parece pura e simples crítica negativa?

É verdade que as pessoas, na maioria dos casos, são suscetíveis a crítica e isso pode causar uma baixa autoestima, um sentimento de desvalorização. Nesse caso, é importante estar atento à abordagem e, acima de tudo, à linguagem. Veja o feedback como uma via de mão dupla.

Na construção do treinamento, você pode e deve incluir uma preparação para esta etapa. Essa é a grande diferença entre uma escuta ativa  e uma escuta reativa. Esse comportamento precisa ser parte da cultura da empresa.

Que tal experimentar uma comunicação não violenta?

A Rotação por Estações precisa ser construída para mostrar aos participantes que o trabalho conjunto traz benefício para todos. Não é o objetivo criar um ambiente de competitividade exacerbada e desmedida. O objetivo é mostrar que se um ganha, todos ganham e, ao contrário, se alguém perde, todos perdem. Colaboração e compartilhamento são construídos dentro de uma relação ganha-ganha.

E não esqueça: as vitórias precisam ser comemoradas. As comemorações geram um sentimento de satisfação e alimentam o desejo de aperfeiçoamento.

Agora que você já entendeu a base da elaboração da Rotação por Estações, entenda que em cada estação você pode escolher uma metodologia ativa diferente. Lembre-se de que as atividades previstas devem ser adequadas ao nível de dificuldade para que as pessoas não se frustrem. Você pode usar o mapa de competências como ponto de partida.

Estar atento às diferenças e potenciais individuais para que a equipe como um todo seja complementar. As estações devem assim auxiliar o gestor a compreender melhor os potenciais individuais e as pessoas que melhor trabalham em equipe e em quais funções se destacam. Mas esse é assunto para outro momento.

Aqui no blog escrevi uma postagem que pode complementar o conteúdo que acabamos de tratar. É sobre engajamento e como fazer com que os estudantes estejam engajados e envolvidos na aprendizagem. Dá uma olhada clicando aqui.

Fiquem bem!

Até o próximo post.

Compartilhar

Leia também

Design Instrucional

Modelo I.D.E.I.A – modelando um curso do zero!

Dentro do universo do Design Instrucional existem muitas ferramentas para modelagem de cursos. O Modelo I.D.E.I.A. é um framework desenvolvido por mim para auxiliar todos aqueles que almejam desenvolver um curso, seja online ou presencial.

Aprendizagem Significativa

Trilhas de Aprendizagem e Gamificação: dinamismo garantido!

As Trilhas de Aprendizagem podem proporcionar uma experiência de aprendizado imersiva e engajadora. Em suas etapas, é possível conjugar uma série de formatos e mídias diferentes, fazendo com que o estudante tenha contato com o conteúdo de forma diversificada.
Quando pensamos nas trilhas, é comum trazermos elementos da gamificação. Essa outra metodologia ativa agrega valor e transforma a aprendizagem em desafios que precisam ser cumpridos.

Aprendizagem Significativa

Do presencial ao digital: uma boa dobradinha.

Se engana quem acredita que o digital e o presencial são realidades opostas. Atualmente esses universos estão mais que conectados e fazem parte do cotidiano de quase todo profissional. Nesse sentido, a educação contemporânea está sendo desafiada a aproveitar os benefícios que essa integração entre o virtual e o real pode trazer, porém existem desafios que precisam ser compreendidos para serem superados.