Modelo I.D.E.I.A – modelando um curso do zero!

Compartilhar

Olá. Sejam bem-vindos ao novo um conteúdo do Circuito e-Learning.

Hoje nós vamos falar do Modelo I.D.E.I.A., um framework desenvolvido por mim para auxiliar todos aqueles que almejam desenvolver um curso, seja online ou presencial.

O Design Instrucional  é o campo do conhecimento que agrupa as competências e informações sobre como produzir, de forma efetiva, uma experiência de aprendizagem alinhada com os objetivos que se pretende atingir.

Veja mais algumas dicas sobre como o designer instrucional é desafiado o tempo todo a criar cursos, nesse post aqui .

O Site Livre Docência também traz algumas informações para complementar seu estudo. Veja aqui . Régis Tractenberg, um dos fundadores da Livre Docência foi pioneiro, um dos primeiros a ensinar como aplicar o design instrucional na criação de curso.

O Modelo I.D.E.I.A. assim como outros frameworks de implementação do Design Instrucional, foi baseado no A.D.D.I.E.. O A.D.D.I.E. é uma das principais referências do design instrucional, tendo sido desenvolvido há mais de 70 anos. O I.D.E.I.A., assim como muitos outros processos desenhados para a implementação do design instrucional, funciona como um orientador, fornecendo uma direção  para você construir seu curso do zero.

O Modelo I.D.E.I.A é constituído de algumas etapas que precisam ser cuidadosamente observadas para que, ao final, a solução instrucional desenhada faça sentido e esteja na sua melhor forma. Lembrando as essas etapas não são rigorosamente lineares, são dinâmicas e se atravessam.

Penso sempre como ciclos, dentro de ciclos, dentro de outros ciclos, possibilitando testes rápidos, ajustes pontuais e iterações ao longo dos processos.

Vamos conhecê-las:

INVESTIGAÇÃO:

Investigar o contexto em que se insere a demanda. Mapear o nicho e o perfil do público a ser atendido pela solução. Identificando requisitos, restrições, recursos necessários e fazendo um estudo da viabilidade do projeto.

Nessa fase você fará o estudo da concorrência  que, nada mais é do que saber o que profissionais e empresas semelhantes a você, ou que atendam ao mesmo perfil de público, estão desenvolvendo e colocando no mercado.

É importante construir os instrumentos que você vai usar nesta etapa para captação das informações de que precisa.

Ao realizar o estudo da sua concorrência, você deve:

  1. Pesquisar por cursos similares.
  2. Ver como estão estruturadas suas ementas e programas.
  3. Entender quais materiais são entregues e em qual formato.
  4. Localizar a promessa e o seu diferencial.
  5. Identificar uma lacuna que precisa ser preenchida.
  6. Mapear o perfil do seu público.
  7. Identificar a persona

Você verá que esse levantamento inicial não será suficiente para saber quem é exatamente seu público, qual é a seu potencial concorrência e qual a matriz instrucional que você deve criar para o seu curso para poder diferenciar-se no mercado.

DESENHO:

Esse é momento de usar as informações levantadas na investigação a seu favor, ou melhor, a favor do desenho do seu curso.

Combinar conteúdos, em diferentes formatos e mídias, incorporar atividades. Considerar as características do perfil identificado, para definir os recursos, tecnologias e formas de comunicação. Definir processos de interação e o formato do curso enquanto solução para a demanda levantada.

Nessa fase, uma matriz instrucional é uma mão na roda. Existem diferentes formatos, seja em planilhas ou quadros ou em canvas. Sendo os últimos voltados para uma abordagem mais visuais, em quadros divididos em pequenos campos nos quais você pode visualizar toda a estrutura e dinâmica prevista para o seu curso.

Alguns aspectos sobre os quais você precisará se debruçar:

  1. Definição dos temas, tópicos e subtópicos originando módulos e aulas.
  2. Identificar os organizadores de avanço e travas de conteúdo, assim como a relação que se estabelece para cada etapa do curso.
  3. Determinação das mídias e formatos a serem usados para cada módulo.
  4. Prever o Design de Interação: estudantes e material, estudantes e plataforma, estudantes e estudantes, estudantes e docentes, e outras.
  5. Implementar o Design de Avaliação, prevendo o sistema de avaliação previsto para a solução.

A matriz instrucional é o principal documento desta etapa por ser o norteador do processo de produção dos materiais e mídias que fazem parte do curso além do desenho da inserção do curso na plataforma.

EXECUÇÃO

Envolve todas as etapas de prototipação e produção dos materiais em diferentes formatos, com ênfase em propostas dinâmicas que sejam hipertextuais e hipermidiáticas. Aqui também desenvolvemos os roteiros dos conteúdos com foco nas mídias. Produção efetiva dos materiais, começando pela escrita do conteúdo bruto, para posterior tratamento, diagramação e edição. Realização de testes, dos materiais na plataforma do curso.

Quando se trata de concretizar tudo que foi decidido na etapa anterior, você precisa:

  1. Criar o fluxo da produção, testagem, ajustes e validação
  2. Definir o cronograma de produção.
  3. Definir a estrutura de coleta de feedbacks.
  4. Definir os indicadores de validação.
  5. Estruturar o protótipo do curso.
  6. Criar cronograma de ajustes.
  7. Determinar o cronograma de entrega das aulas.
  8. Finalizar da produção.

Mesmo que o foco seja a produção, é essencial pensar na experiência que está sendo criada para o estudante. Com isso a primeira preocupação é que toda a produção de materiais esteja disponível e seja acessível ao estudante.

IMPLEMENTAÇÃO:

Envolve a oferta da turma piloto, afinal a validação final só é feita quando o curso é testado com o seu público específico.

Logo, aqui, teremos a realização do curso em si para ajustes dos conteúdos e materiais ao público inscrito. Validação das atividades quanto ao alcance dos objetivos propostos e da conexão com a realidade do participante.

A implementação também pode ser considerada uma etapa de testes, ou seja, você vai acompanhar como as suas decisões estão funcionando na prática e quais são as modificações necessárias. Não se assuste se perceber que precisa fazer muitas alterações. É comum que algumas escolhas, na prática, não funcionem como esperado. O importante é você ter noção das modificações e paciência para implementá-las.

Nem sempre trabalharemos com a plataforma que queremos e com os recursos que consideramos melhores, por isso do design instrucional, precisamos prever certa adaptabilidade e flexibilidade. Mas o mais importante desta etapa é o teste do produto com o cliente final.

Na primeira turma, sempre pode acontecer de precisarem ajustes nos materiais, por maior que seja o controle de qualidade, quando é sempre a mesma equipe que olha, falta alguma coisa.

AVALIAÇÃO:

Chegamos a etapa final, que está presente em todas as etapas anteriores, desde a validação da ideia inicial para se começar o curso.

Essa avaliação da produção ocorre em processo. É realizado o acompanhamento e monitoramento de cada uma das etapas, acompanhado de um workflow, checklists, podendo contar com outras ferramentas de apoio para que a esteira ande sem atropelos.

É o momento de avaliação de cada ação prevista dentro do Plano de Ação, cuidado para que o cronograma seja cumprido. Os indicadores de validação presente lá na execução, são construídos como parte da definição dos parâmetros de qualidade de produção.

E por fim a validação final do curso. É aqui que abrimos mão de tudo para que o curso possa rodar livremente.

Avaliar o curso significa:

  1. Estabelecer os pontos de avaliação de cada etapa da produção.
  2. Validação do cronograma de Produção, Implementação e Entrega.
  3. Balizar suas escolhas: o que funcionou e não funcionou.
  4. Coletar opiniões dos participantes no curso.
  5. Identificar os ajustes e estabelecer cronograma de correções.

Veja mais sobre a importância do feedback aqui.

Pois bem! Agora que você conhece todas as etapas, sugiro começar a experimentar desenhar seu curso do zero.

Você pode ver um infográfico sobre o modelo ideia nesse post aqui.

Se você tem dúvidas em como caminhar por cada etapa, eu te sugeri fazer o meu curso Modelagem de Cursos Online 2.0, onde ensino a modelar um curso desde o começo e vamos juntos construindo uma proposta que se adeque, o melhor possível, ao seu desejo.

Mas se preferir algo de muita fazedoria, fica de olho que a cada 45 dias tem oficina de modelagem de cursos ou desafio de Design de Cursos Online.

Compartilhar

Leia também

Design Instrucional

Modelo I.D.E.I.A – modelando um curso do zero!

Dentro do universo do Design Instrucional existem muitas ferramentas para modelagem de cursos. O Modelo I.D.E.I.A. é um framework desenvolvido por mim para auxiliar todos aqueles que almejam desenvolver um curso, seja online ou presencial.

Aprendizagem Significativa

Trilhas de Aprendizagem e Gamificação: dinamismo garantido!

As Trilhas de Aprendizagem podem proporcionar uma experiência de aprendizado imersiva e engajadora. Em suas etapas, é possível conjugar uma série de formatos e mídias diferentes, fazendo com que o estudante tenha contato com o conteúdo de forma diversificada.
Quando pensamos nas trilhas, é comum trazermos elementos da gamificação. Essa outra metodologia ativa agrega valor e transforma a aprendizagem em desafios que precisam ser cumpridos.

Aprendizagem Significativa

Do presencial ao digital: uma boa dobradinha.

Se engana quem acredita que o digital e o presencial são realidades opostas. Atualmente esses universos estão mais que conectados e fazem parte do cotidiano de quase todo profissional. Nesse sentido, a educação contemporânea está sendo desafiada a aproveitar os benefícios que essa integração entre o virtual e o real pode trazer, porém existem desafios que precisam ser compreendidos para serem superados.